quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A História M de Mitológica

She's a Killer Queen
Gunpowder, Gelatine
Dynamite with a laser beam
Guaranteed to blow your mind
Anytime


Ao ouvir os sutis e ritmantes acordes dessa, que figurava entre suas melhores( figurava mesmo? who cares?), música, se deu conta que estava pronta para viver mais um dia. Ou pelo menos achava, e isso já era suficiente para enchê-la de confiança ao ponto de não sobrar espaço para mais nada. Ok, talvez espaço para um café da manhã. Pensando melhor, teria espaço para mais alguns impasses, mas isso estava fora de previsão no momento. Se levantou no menor ritmo possível, pois ao tentar levantar rapidamente se lembrou/sentiu que as dores dos constantes exercícios físicos do dia anterior lhe abatiam.

E desde então, fez tudo que as mulheres fazem para se aprontar( que eu não faço a assombrosa ideia do que seja) até ficar, de fato, pronta( o que significava se levantar, no caso dela, mas isso era algo que não conseguia perceber) e se reunir com sua família nas partes mais mundanas de sua casa( o resto da casa). Perdeu algo entre um instante de segundo e duas horas tentando se lembrar do que sonhara, mas quando viu sua causa falhar, desistiu e entrou no mundo dos fones de ouvido. Deste ponto em diante, tudo foi sinfonia. Bouree em Mi menor, aliás. Se bem que, ela se lembrava vagamente de For Those About To Rock por um som de canhão, mas não tinha certeza se era a música ou Alguma disputa de posse em seu centro étnico cultural( Samurais, Shoguns e Daimyos em suas guerrinhas), mas isso não nos importa muito por enquanto( vale a menção honrosa a sua etnia[que eu tanto respeito] que agora nos fica clara). Me perdi no assunto?

Quando ela voltou a seu estado de consciência normal e ativa( que é quando eu quiser, porque quem escreve nessa porra sou eu!) coincidentemente já estava na hora de rumar para o antro de conhecimento desnecessário que era seu ambiente escolar. E para constar nos altos, até a data dessa história em questão, ela nunca havia apresentado fator negativo em sua vida escolar. Ao rumar, da forma mais ecologicamente viável possível(AH TÁ) para seu precinto escolar, acabou por se deparar mais e mais desconhecida de si mesma. Estranho não era sua repentina crise de identidade, e sim o fato de mudar o assunto padrão de suas viagens, marcas de sapatos. Quando por um instante se estapeou mentalmente e se lembrou que, segundo seu modo de vida, crises de identidade são inaceitáveis, acabou por acabar sua viagem, e então se surpreendeu  novamente por mudar o assunto padrão de arredores da escola de cores de esmaltes para auto-críticas. Esse sem dúvida seria um dia para marcar sua confusão mental. 

Viu sua colega de sala, Ângela, ser a penúltima pessoa a entrar pelo cintilante portão cinza de seu colégio, e a última, algum garoto com um cabelo de um formato que não conseguia definir. Não deu-lhe muita importância pelo fato de ter uma inundação de garotos com cabelos de formatos indefinidos, e se tinha algo que ela não conseguia de maneira nenhuma aceitar em um homem era a falta de simetria capilar. Mas ambos, ela e o narrador tinham uma sensação um tanto quanto certa de que esse assunto seria melhor abordado no futuro. E foi. Depois os detalhes serão expostos. Dessa forma, se viu atrasada pela primeira vez em 16 anos. Não atrasada para a aula, Atrasada PONTO. Seus antepassados então viram, desapontados, do mundo dos espíritos, esse recorde legendário e familiar ser quebrado.

Ao entrar de uma maneira totalmente derrotada pela porta de sua aula de Espanhol, e ao ver todas as faces dos alunos(e professora) com uma incredibilidade digna de recorde, ela teve certeza que era o pior dia de sua vida, e toda a sua pré-intuição de existir algo positivo no dia implodiu.

Se sentou na cadeira que já lhe era de costume(onde havia um Manuela escrito em letras garrafais roxas), sob uma certa tensão da sala, e com uma cara de oriental triste( que eu não tenho certeza de como é) pegou suas coisas. Sentiu o celular tocar, e ao ver a mensagem nele escrita, teve mais uma catarse. Dessa vez a crise de identidade, a auto-crítica e a sensação de insegurança, causadas pelo azar terrível, foram obliteradas de seus pontos cognitivos. Tudo que viu brilhar naquela tela de 3,4 polegadas foi:"Manu, Bom dia". E ela teve. A partir desse instante, ela teve.

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